TSE decide que partido pode usar verba de campanha para proteger candidatas sob ameaça

Partidos políticos que lancem candidaturas de mulheres que estejam sob ameaça de violência podem usar verba de campanha para custear a contratação de segurança. Tais valores podem ser considerados como incentivo à participação feminina na política.

A conclusão é do Tribunal Superior Eleitoral, que nesta terça-feira (28/11) aprovou com ressalvas as contas do Psol referentes à campanha de 2018. A corte retirou das irregularidades o montante de R$ 8 mil que o partido gastou com a contratação de um segurança nas eleições daquele ano.

Esse serviço foi necessário depois que, em março daquele ano, a vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco foi assassinada a tiros junto com seu motorista, Anderson Gomes, ao deixar um evento na capital fluminense.

Após discussões, a Corte entendeu que o pagamento em questão era viável. No caso, a validação do uso da verba de campanha se deu porque havia comprovação do risco real à integridade física das candidatas.

“O gasto não é simplesmente motivado porque determinado dirigente partidário quis andar com segurança”, pontuou o ministro Alexandre de Moraes. “Se esse valor não for gasto, na verdade a candidatura feminina nem vai fazer campanha”, acrescentou.

A ministra Cármen Lúcia afirmou que não se pode deixar esses grupos que só agora ingressam na política sujeitos a qualquer tipo de risco. Como a ameaça é objetivamente comprovável, a contratação de segurança é realmente necessária.

“E nem se pode permitir que, em nome dessa eventual necessidade de segurança, se abra uma comporta para vazar recursos de maneira indevida”, acrescentou.

PC 0600240-67.2019.6.00.0000

Fonte: https://www.conjur.com.br/2023-nov-29/partido-pode-usar-verba-de-campanha-para-proteger-mulheres-sob-ameaca-nas-eleicoes-diz-tse/

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